Transexual desde os 14 anos, jovem diz que passou por bateria de perguntas durante o Enem


Transexual desde os 14 anos, jovem diz que passou por bateria de perguntas durante o Enem

Com várias documentações na bolsa, Ana chegou cedo colégio Dom Helder Câmara, 

 Ana Luiza Cunha da Silva


















No RG, Luiz Cláudio Cunha da Silva, na sociedade, Ana Luiza Cunha da Silva. Esta questão quase causou constrangimento na estudante do 3º ano do ensino médio do Colégio Ari de Sá. Transexual desde os 14 anos, Ana teve que passar por uma bateria de perguntar antes de enfrentar a prova do Enem, neste final de semana, em Fortaleza.
“Eu já esperava algo parecido, pois já tinha passado por isso em outros ambientes”, diz a estudante que pretende cursar Arquitetura.
Com várias documentações na bolsa, Ana chegou cedo colégio Dom Helder Câmara, no Bairro Álvaro Weyne. “Eu levei meus documentos com nomes de registro e social’”, afirma. A estudante disse que tudo ocorria bem até a entrega dos gabaritos.
“Eles me chamaram lá fora e disseram que precisaria passar por uma verificação. Perguntaram porque eu ainda não tinha mudado os documentos. Daí tive que explicar que no Brasil não é permitido. Meu advogado também recomendou iniciar o processo somente após os 18 anos”, confessou a candidata.
Ana diz que após a burocracia conseguiu fazer a prova normalmente. “Quando eu voltei pra sala, as pessoas ainda me olhavam diferente, mas como sou preparada, não me senti tão constrangida”, afirma.
Apesar do costume, a estudante faz uma reclamação. “O Governo devia criar algo para evitar isto. Tipo uma descrição no momento da inscrição. É chato isso, apesar de não sofrer muito”.
Já no segundo dia de prova, no domingo (27), Ana Luiza disse que foi tudo diferente. “Eles foram super atenciosos comigo. Meu chamaram de lindinha, querida. Me trataram pelo nome social”, revela.
Mudança de sexo
Além de oficializar o nome social, a estudante pretende mudar de sexo após atingir a maioridade. “Eu já uso o nome desde os 14. Meus pais apoiam, na escola sempre fui respeitada, mas tenho amigas que ainda passam por preconceito em Fortaleza”, finaliza.
FONTE: Tribuna do Ceará


Nenhum comentário:

Postar um comentário